sábado, 22 de outubro de 2011

Reunião 20 de outubro de 2011

No encontro de hoje discutimos as definições cunhadas por Michel Pêcheux e Michel Fichant no início do livro “Sobre a história das ciências” de 1971.

O primeiro conceito trabalhado foi o de corte epistemológico. De acordo com os autores, cortes epistemológicos são pontos sem regresso, a partir dos quais a ciência se inicia. Para o corte ser concretizado, a ciência passa por períodos de demarcações (“aperfeiçoamentos, correções, críticas, refutações, negações de certas ideologias ou filosofias”) que assinala a existência de períodos de acumulações. As acumulações ocorrem durante um certo período e são um embate entre a ciência e as ideologias reinantes. Nesse período de acumulações evidenciamos um embate entre ideologia e ciência.  São as acumulações que produzem o corte na ciência. Durante o encontro citamos, ainda, exemplos do que poderiam ser as acumulações, como o desenvolvimento de instrumentos.
No nosso próximo encontro, no dia 3 de novembro continuares a discussão de corte epistemológico segundo Étienne Balibar.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Reunião 21 de Julho de 2011

Nos nossos últimos dois encontros discutimos os tipos de obstáculos epistemológicos de Gaston Bachelard. De acordo com o autor os obstáculos são pontos de resistência ao pensamento científico e podem ser divididos em: verbais, substancialistas, animistas e realistas. No encontro do dia 21/08/2011 questionamos como o uso de metáforas (obstáculos realistas) são "tentadores" durante as aulas. Como exemplo citamos o uso do Sistema Solar para a explicação do modelo atômico. Contudo, não podemos considerar um erro usar metáforas e imagens durante explicações. Apenas devemos deixar claro que imagens são modelos, não o real.
Também discutimos o uso de termos "antropomórficos" no estudo de química (obstáculos verbais). Isso manifesta-se com frequência nos livros didáticos mostrados no artigo do nosso encontro (exemplos: uso da palavra "nobre" para designar uma família de átomos).
No nosso próximo encontro, dia 4/08/2011, continuares a discutir os obstáculos epistemológicos de Bachelard.

sábado, 2 de julho de 2011

Reunião dia 30 de Junho/2011

No nosso último encontro, dia 30/06/2011, discutimos o texto “Bachelard: o filósofo da desilusão” de Alice Ribeiro Casimiro Lopes.
As discussões envolveram as principais concepções epistemológicas do filósofo Gaston Bachelard que vivenciou a ruptura entre os séculos XIX e XX: sua epistemologia histórica, a filosofia da desilusão com o que pensamos saber, a descontinuidade do conhecimento representado pela recorrência histórica, pelas rupturas e pelo racionalismo setorial. O encontro ainda iniciou algumas noções de obstáculos epistemológicos, sem contudo, aprofundar esse ponto da filosofia bachelariana.
Iniciamos com a conceituação do erro e sua importância na epistemologia histórica de Bachelard.  O conhecimento científico só pode ser construído pela retificação dos erros cometidos. 
Apesar de não ter uma obra específica voltada para educação suas concepções epistemológicas podem ser transpostas para as relações construídas na escola. Por isso, discutimos o aproveitamento de erro bachelariano dentro do espaço escolar: de qual erro estamos falando? Como retificar o erro de alunos?
A descontinuidade na epistemologia de Bachelard foi confrontada com o continuísmo (empirista e cartesiano). Discutimos o por quê do continuísmo ser tão atraente ao explicar a história da ciência. A forma progressista de pensar os avanços científicos é tentador (1) pelo fator pedagógico, pois simplifica a explicação da produção do conhecimento, e (2) acreditar nos insights científicos de alguns torna a ciência mais provocativa e instigante quando historicizada. Alguns exemplos foram discutidos como considerar a alquimia sendo a infância da química, ou ainda a apresentação dos modelos atômicos como sendo um consequência do outro.

Em nossa próxima reunião que será no dia 21 de julho de 2011 na sala 535 do Instituto de Química da UFRJ aprofundaremos a discussão sobre os obstáculos epistemológicos de Gaston Bachelard.
Pessoas interessadas em participar de nosso grupo de estudos entrem em contato com o GI2E2 através do e-mail grupoi2e2@gmail.com.

sábado, 18 de junho de 2011

Reunião de 12 de maio de 2011

Em nossa reunião (12 de maio) discutimos os capítulos 4, 5 e 6 do livro "O que é ciência afinal?" que tratam da filosofia do Falsificacionismo. Em termos gerais, o que foi discutido é que o Falsificacionismo, embora tenha sido uma tentativa de combater o Indutivismo, recai nos mesmos problemas de tal filosofia, principalmente com relação a importância dada à observação (que pode refutar uma teoria estabelecida). Além disso, foi apontado o irracionalismo da filosofia falsificacionista, através da sua concepção do avanço da ciência por Conjecturas e Refutações, pois se o que temos são apenas sucessivas conjecturas, seria impossível o conhecimento científico. Por fim, especialmente a exposição do capítulo 6 ("As limitações do falsificacionismo") mostra a inadequação histórica do falsificacionismo no desenvolvimento da Física, quando muitas das proposições de observação da época, falsificariam a teoria copernicana, o que não ocorreu (ainda bem).
Por outro lado a "falseabilidade" como uma característica das teorias científicas, ou seja, o grau de objetividade de uma teoria - que no fundo é o que deixa em aberto o desenvolvimento da ciência - foi apontado como um ponto interessante desta discussão. 
Em nossa próxima reunião que será no dia 19 de maio às 18h na sala 535 do Instituto de Química da UFRJ continuaremos a estudar o livro "O que é ciência afinal?" de Alan Chalmers, agora somente o capítulos 7 que trata dos Programas de Pesquisa de Imre Lakatos. 
Pessoas interessadas em participar de nosso grupo de estudos entrem em contato com o GI2E2 através do e-mail grupoi2e2@gmail.com.